Papéis: Game Designer

Para ser um game designer e criar um jogo basta que eu tenha uma boa ideia? Não. É preciso ter bagagem e trabalhar muito, aplicando conhecimentos multidisciplinares complementares para por em prática e desenvolver o jogo que imaginou.



Dentre os requisitos do trabalho de um game designer, a ideia é apenas uma parte, que dizem até ser a menor dentre tudo o que esse profissional estará envolvido. John Romero, fundador da 
id Software e game designer co-criador do jogo Doom, escreveu sobre o tema no prefácio do livro "Design de games: uma abordagem prática", de Paul Schuytema, conforme a seguir: "É necessário muito mais que uma ótima ideia para ser um designer de games. Embora uma ideia maravilhosa possa representar metade do caminho, é na parte restante que entra o suor e o trabalho árduo: redigir seu documento de design adequadamente e trabalhar com afinco com uma equipe de desenvolvimento para ver suas ideias concretizadas".

Game design é a área dentro do desenvolvimento de jogos responsável por elaborar e propor o jogo e a experiência para o jogador. Dessa forma, o game designer é o profissional dentro da equipe que está relacionado com a criação do jogo; é o responsável por elaborar o jogo com as histórias e fluxo narrativo; mecânicas e conjunto de regras; elementos estéticos e direcionamento artístico; e os elementos de tecnologia que serão empregados no jogo, com objetivo de proporcionar ao jogador uma experiência única de jogo que seja divertida, atraente e imersiva.

Sua principal ferramenta de trabalho é um documento chamado GDD (Game Design Document, ou Documento de Game Design). Nele são registrados de maneira organizada, elementos que levarão à construção do game, entre eles (I) o High Concept, ou a essência do game descrita em uma sentença simples; as (II) Informações Comerciais, contendo elementos de pesquisa de mercado, informações sobre sua proposta única de valor (PUV) e público-alvo; (III) e o escopo, com toda informação sobre o tema, ambientação, o que o jogo terá e o que não terá (requisito inverso), sendo em termos gerais, o ponto de partida para a maior parte da redação do design do game e construção do mesmo. O modelo do documento pode variar em relação aos elementos contidos, bem como o seu tamanho, de acordo com os objetivos e as necessidades do projeto. Os GDDs são documentos dinâmicos, que podem ser alterados ou incrementados com informações ao longo do projeto a medida do necessário. 

Além das informações contidas em um GDD, o game designer pode entender como necessária a utilização de planilhas, protótipos, ilustrações, storyboards, moodboards, mapas mentais, e quaisquer outras ferramentas que sejam adequadas para a documentação, disseminação e atualização de informações sobre o projeto, mantendo seu conteúdo sempre disponível para as respectivas partes envolvidas no desenvolvimento do jogo.


Referências:

Livros
• Design de games: uma abordagem prática. SCHUYTEMA, Paul. São Paulo: Cengage Learning, 2017.
• The Art of Game Design: A Book of Lenses. SCHELL, Jesse. Elsevier Inc., 2008.

Game Designers
• Shigeru Miyamoto: Donkey Kong, Mario, Zelda, entre outros.
• Carol Shaw: River Raid e 3-D Tic-tac-toe do Atari 2600.
• Hideo Kojima: Metal Gear e Death Stranding.
• Hirokazu Yasuhara: Sonic the Hedgehog.

Vídeos
• GDLK: Netflix



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